Ministério de Música "O segredo de Maria"

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A OBEDIÊNCIA E O MINISTÉRIO DE MÚSICA


(Luiz Carvalho - Fundador da Comunidade Recado &Coordenador Nacional do Ministério de Música e Artes - RCC Brasil)


“Sendo Ele de condição divina, não prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo. E sendo reconhecido exteriormente como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Filip 2, 6-8)
Frei Raniero Catalamessa foi particularmente feliz e inspirado quando em seu livro sobre “Obediência”, diz que a “obediência cristã não está fundamentada em uma idéia, mas em um ato de obediência”.
Quando o assunto é obediência, logo ligamos nosso “sistema automático de defesa, desculpas e justificativas”, pois sabemos que esse é um dos nossos mais constantes e difíceis pecados que temos.
Na origem de toda obediência está uma, a de Cristo. Na origem de toda desobediência está a de Adão. O mal consistiu em desobedecer a Deus, e o bem em obedecer. Se levarmos em conta a nossa dificuldade em nos submetermos aos outros como algo totalmente pessoal e quase exclusivo, estaremos em muito dificultando nossa libertação desse mal. Precisamos compreender que a desobediência tem raízes profundas que remontam do pecado original, que vem como herança de nossos primeiros pais, adão e Eva. Porém essa consciência não deve nos levar à acomodação porque se é verdadeiro afirmar que Adão pecou na desobediência ao Senhor, muito maior é a verdade que Jesus Cristo, o novo Adão, no qual fomos regenerados e recriados na justiça, este foi completamente obediente e submisso à vontade do Pai.
Se a obediência de Adão gerou em nós uma inclinação ao Pecado da desobediência, a obediência perfeitíssima de Cristo Jesus capacitou-nos à sua imitação e convida-nos a superarmos nossa inclinação ao mal e abraçarmos a vivência do bem.
Jesus é o novo Adão, que foi fiel lá onde o primeiro sucumbiu à tentação. Se somos em Cristo novas criaturas, precisamos acreditar que o caminho que Ele trilhou é o mesmo que devemos trilhar, pois não somos mais que seguidores seus. Acredito que o primeiro passo para abraçarmos a obediência é desejarmos de todo coração nos assemelharmos a Jesus. O desejo de santidade certamente nos faz renunciar a direitos e por amor submeter nossa vontade à autoridade de outros. A obediência nasce de uma verdadeira conversão. Em toda história do povo de Deus tivemos homens eleitos que vão à frente, conduzindo para a vontade do Senhor. Nos nossos ministérios não pode ser diferente. Precisamos ter pessoas que sejam imparciais, atentas e dispostas a ouvir e cumprir a vontade divina.
A maioria dos problemas que temos visto no ministério de música, em relação à autoridade e submissão, decorre de uma falta de formação sobre o verdadeiro sentido da autoridade e também da virtude da obediência. Porém na grande maioria dos casos vemos pessoas que não estão dispostas a ceder, renunciar seus direitos ou comodidades por causa do bem comum e da igreja. Isso é totalmente inverso ao exemplo que Cristo nos deixou. “A obediência de Cristo, no cotidiano da vida escondida, inaugura já a obra de restabelecimento daquilo que a obediência de Adão havia destruído”.
Assim como lutamos contra vícios e pecados da língua, do orgulho, da impureza, precisamos lutar contra vícios do pecado da desobediência. Quando obedecemos, fazemos um bem às autoridades, à igreja e um grande bem a nós mesmos pois estamos nos assemelhando mais e mais a nosso Senhor Jesus Cristo. Obediência e humildade andam juntas, da mesma forma que orgulho e desobediência andam de mãos dadas. A escolha da desobediência e do mal é um abuso de liberdade à escravidão do pecado.
Através da oração diária, o Espírito Santo pode fazer esta obra de restabelecimento do desejo e da inclinação a uma vivência da obediência cristã. Mas veja, essa é uma obra do Espírito, se não for assim, perderemos a liberdade. Se obedecermos por medo de castigo, estamos escravizados. Se obedecemos para obtermos elogios das autoridades, já recebemos nossa recompensa. Porém, se obedecemos por amor a Jesus e à sua igreja, Ele mesmo nos dará a recompensa. Antes de ser um dever, a obediência é uma graça, liberta-nos de nós mesmos, faz-nos semelhantes Àquele que amamos e a quem servimos.
“Como os peixes nascidos na água não podem sobreviver senão na água, assim os cristãos nascidos pela obediência não podem viver espiritualmente senão pela obediência”.

EVANGELIZADORES A EXEMPLO DE SANTA CECÍLIA

(Walmir Alencar)



Exercer um ministério (um serviço) dentro da evangelização é coisa muito séria.
Já ouvimos por aí aquela clássica mania de “evangelizar”, sem ao menos pensar na pessoa que ouve. Como por exemplo:
“Você aí de tatuagem!? Cuidado! Você pode não entrar no Céu!”
Nesta frase, a tatuagem é mais importante que a pessoa.
Talvez pudéssemos inverter a história:
“Você aí de tatuagem!? Deus ama você e lhe convida a entrar no Céu!”

Jamais podemos esquecer que somos chamados a levar a BOA NOVA.
A única bandeira que Jesus nos ensinou a levantar é a do Amor.
Se precisamos dizer a verdade, que seja com caridade, pois foi o Senhor que nos ensinou assim. Mas se não temos levado ao próximo esperança, amor incondicional, como ensina o Evangelho, e chance de um novo recomeço, é preciso rever nosso projeto de evangelização e olharmos para nós mesmos.
Talvez eu deva enxergar que a maior luta não é contra algo ou alguém, mas comigo mesmo. Primeiro contra os meus defeitos.

E eis aí o grande desafio daquele que leva o Evangelho:

- Ação de graças ao invés de murmuração;
- Afabilidade ao invés de rebeldia;
- Bondade ao invés de arrogância;
- Desapego ao invés de ganância... Que dureza, não?!

O testemunho arrasta multidões e, com certeza, viver o amor expresso no Evangelho é a maior arma contra tudo que é ruim.

E falando em testemunho, temos muito que aprender com a vida dos santos. Como Santa Cecília, que em difíceis momentos de batalha, ainda tinha em seus lábios ação de graças.

“Quão grande e bom é o Senhor! Quero amá-lo sempre! Quero amá-lo muito!” (Livro “História de Santa Cecília”).

Tão grande era o seu amor a Jesus Sacramentado, que ainda jovem desejou profundamente unir-se a Ele! Nada no mundo a atraía, mas sim o desejo de recebê-lo e de fazer dele o seu alimento e sua força.
A jovem que entoava melodias vindas do coração, assume o propósito de consagrar-se ao serviço do Senhor e tornar-se para sempre sua esposa. Seu coração estava impregnado de amor pelo Amado.

Convido você a fazer a experiência de olhar seu ministério de agora em diante com outros olhos. E quando pensar em evangelização, em música, saiba que o maior desejo de Deus é alcançar primeiro o seu coração e através dele alcançar os outros.

Se cantamos e tocamos é porque Ele primeiro nos amou!
Se a nossa música tem unção é porque primeiro tem amor!
Se nos alegramos é porque o Amado permanece conosco!
Se estamos em pé é porque Ele continua nos amando!

Como Santa Cecília, busquemos forças na Eucaristia, na castidade e deixemos nossa canção brotar de uma entrega sincera àquele que nos chamou.
Deus quer amar a humanidade por meio de você! Que seja um serviço de amor pelo Amado e pelos irmãos que precisam ser amados.

Santa Cecília, rogai por nós!